Nesta sexta-feira, 23 de maio, a Câmara Municipal de Boa Vista realizou uma audiência pública sobre violência no trânsito. A iniciativa, de autoria do vereador pastor Gill Rocha (Pode), reuniu autoridades da segurança, educação, saúde e mobilidade urbana para discutir os índices de violência no trânsito da capital roraimense.
O evento contou com a participação do presidente do Detran-RR, da Superintendência Regional da Polícia Rodoviária Federal (PRF), de representantes da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), da Secretaria Municipal de Saúde, da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e da Secretaria Municipal de Educação.
Também estiveram presentes vítimas de acidentes de trânsito, além dos vereadores Bruno Perez (MDB), que mediou a sessão, Thiago Reis (PSD), Walkíria Ribeiro (Republicanos), Adjalma Gonçalves (Podemos) e Manoel Neves (Republicanos).
Durante sua fala, o superintendente da PRF, Marcelo Aguiar, trouxe um panorama preocupante. “Nos últimos dois anos, fiscalizamos cerca de 40 mil veículos e 50 mil pessoas. Dessas, 20 mil abordagens resultaram em infrações. Em 2023, registramos 25 mortes nas estradas. Em 2024, já são 28 vítimas fatais”, informou. Segundo ele, o trabalho de fiscalização tem avançado com o apoio de tecnologias como câmeras de monitoramento e drones.
A representante da Diretoria de Políticas de Reabilitação da Sesau, Maria Barroso, enfatizou as consequências dos acidentes no sistema público. “Falar de trânsito é falar de saúde pública. O acidente não acaba no momento da colisão. A partir dali, novas filas se formam nos hospitais, novos tratamentos de reabilitação são iniciados”, destacou.
A Secretária Adjunta Neurimar Macedo, da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana, defendeu uma abordagem mais humana na discussão. “Temos que trabalhar o comportamento das pessoas. Mobilidade humana, responsabilidade humana. A responsabilidade é de todos nós que fazemos uso das vias”, declarou.
O momento mais comovente da audiência foi o depoimento de Levi Souza, sobrevivente de um atropelamento enquanto corria na entrada do bairro Bom Intento. No mesmo acidente, o corredor José Francisco Gomes, conhecido como Ferrinho, perdeu a vida. “A dor não foi na hora do acidente. A dor está sendo agora”, desabafou Levi, emocionando os presentes.
Encerrando a audiência, o vereador pastor Gill Rocha assumiu o compromisso de transformar o debate em ações concretas. “Vamos elaborar um relatório com plano de ação, envolvendo as instituições e os dados apresentados aqui, para buscar medidas efetivas de redução dos índices e da gravidade dos acidentes em nossa cidade”, afirmou.
Com informações da Assessoria de Imprensa